domingo, 29 de setembro de 2013

Conto de Rox

Original por Angel McCoy: Guildwars2.com



Rox ouviu o estrondo ao mesmo tempo que uma onda de choque atingiu sua coluna e viajou até o topo de seu pescoço. Ela tropeçou e se virou para ver um pingo de poeira caindo na entrada da mina.

Na batida seguinte, seu coração parou.

Uma memória passava à sua frente. Uma provocação com a voz de Tullia ecoou pela mente de Rox.

"Nonus, seu pateta! O que você está dizendo?" Tullia havia inclinado o quadril e dado a Nonus uma jogada de cabeça. "Você nunca viu uma norn nua."

"Todo mundo já viu uma norn nua." Com uma risada rouca, Nonus havia piscado, primeiro para Tullia e depois para Rox. Sua picareta desceu com um tinido agudo como se estivesse a pontuar sua declaração.

A risada da warband escapou.

"E as humanas?" Rufinus, seu legionário, grunhia enquanto erguia um balde cheio de minério de ferro. "Elas preferem morrer do que se separarem de suas roupas."

"É verdade", disse Horatia do outro lado do túnel. "Ouvi dizer que elas dormem em um conjunto diferente de sua vestimenta diária."

"Ridículo", gritou Rox. "Isto deve ser apenas sua armadura."

Nonus sacudiu a cabeça de chifres pesados. "Não.. Eu ouvi dizer que é com seda que elas dormem."

"Talvez suas pobres peles sem pêlos se irritam", sugeriu Tullia com um biquinho exagerado.

"Eu suspeito", disse Vitus "é a modéstia delas que irritam. Tipo a sua, Rox. Você nunca tira aquela sua velha camisola rasgada?"

"Sim", disse Rufinus, socando o ombro de Rox forte a suficiente para ela dar um passo.

"Você esta usando essa camisola da fahrar desde que se formou."

"Pelo menos a minha ainda serve", respondeu Rox, dando-lhe um empurrão e um sorriso.

Por um momento, a warband continuou seu trabalho, batendo na rocha e criando uma cacofonia na mina, um caos musical que era tão familiar para Rox como seu próprio batimento cardíaco. Ela fez uma pausa, se inclinando em sua picareta, e observou sua warband- A Pick warband. Memórias surgiram da diversão que eles tiveram como filhotes, estudando juntos na fahrar, como quando lhes tinham sido finalmente atribuídas as suas vocações e haviam escolhido o nome de sua warband.

Nonus insistiu que Tullia seria Tullia Picknose e Tullia respondeu que ele deveria ser Nonus Pickflea. Horatia havia oferecido Pickscab como uma alternativa. Não surpreendentemente, isso tinha ido ladeira abaixo e terminou em risadas suficientes que chamaram a atenção do monitor do quartel.

Emfim, todos eles tinham escolhido nomes respeitáveis ​​que expressavam suas personalidades: Nonus ficou com Pickaxe, porque ele reivindicou primeiro, Tullia escolheu Pickright, e Rufinus escolheu Pickiron. Vitus quis Silverpick, porque ele sempre tinha que ser diferente e Rox foi apelidada por unanimidade Pickheart por sua capacidade de, como Tullia havia dito, "romper a armadura em torno do coração de alguém."

"Rox!" Rufinus atingiu Rox com uma pedrinha visando a cabeça. "Se você estiver indo sonhar acordada, ao menos vá nos buscar um pouco de água. O balde ficou seco".

Rox agarrou o grande recipiente de madeira usado para puxar a água do poço da pedreira e levantou a picareta em seu ombro. Suas patas levantaram nuvens de poeira a cada passo, e ela cravava as garras, andando devagar, saboreando a sensação de limpar a sujeira com eles.

Seu pet devorador tinha se enterrado pela metade em um local quente onde o sol passava através da entrada da mina. Ele se contorceu e olhou para ela enquanto ela se aproximava.

"Shhh", disse Rox. "Volte a dormir, Skewer. Eu volto logo."

Ela saiu para o ar livre e atravessou da pedreira ao poço, fazendo varredura nas aberturas dos túneis onde outras warbands de mineração estavam estacionadas. Alerta para invasores, ela mantem a picareta na mão, ao seu lado, sempre ao seu lado, sempre, desde sempre.

O coração de Rox reiniciou e acelerou em um ritmo de pânico.

"Desmoronamento!" ela gritou.

Ela correu em direção a mina e se jogou em um entulho, movendo pedras e balançando sua picareta, desesperada para passar. Poeira encheu suas narinas e revestiu o interior de sua boca.

"Tullia", ela chamou."Nonus!" Terror superou toda razão como um futuro solitário se esticando ameaçadoramente à frente dela.

"Espere", ela ordenou com sua voz rouca. "Estou chegando!" Ela não podia aceitar o que estava acontecendo. Não iria.

Ela chamou seus nomes mais e mais, parando para ouvir qualquer resposta, qualquer sinal de vida. "Horatia! Vitus! Rufinus, façam algum barulho, se vocês puderem me ouvir!"

Ela trabalhou até as patas sangrarem, até que o chefe da pedreira, finalmente, a afastou. "Não!"

"O túnel, a coisa toda, desabou," disse o chefe o mais gentilmente possível. "Eles se foram."

"Não, eles são minha warband. Eu preciso deles. Eu não sou ninguém sem eles. Eu sou... nada. "Toda a luta havia deixado Rox nesta ultima palavra.

O chefe aliviou a picareta da mão de Rox e a jogou para o lado para que ele pudesse apoiá-la quando ela entrava em colapso. Sua cabeça de ferro caiu em cima de uma rocha, repicando com um toque sonoro final que ecoou pelas paredes da pedreira em harmonia com o gemido angustiante de Rox.

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