domingo, 27 de outubro de 2013

Negócios de Familia

Original por John Ryan: Guildwars2.com


Na terceira noite, a multidão em torno do Castelo Thorn havia crescido tão espessamente que suas fogueiras chegaram ao rio, fazendo uma constelação de piras que se estendiam até onde o Rei Oswald Thorn podia ver.

"Jurava que minhas árvores de sanduíche seriam a resposta para esta fome", Oswald resmungou. "Eles estão reclamando sobre a fome, certo?"

Dribbin, o conselheiro enrugado do rei, sentiu a garganta ficar seca. O rei não sabia que conselheiros de decapitação entregaram uma má notícia.

"Seu esforço para alimentar a população, colocando carne, queijo e pão no chão foi valente, Majestade, mas trata-se de outro assunto. Seu filho teve outra... desventura".

"O quê? Como ele foi libertado?"

"Os guardas não estão falando, senhor. Parece que ele mordeu suas línguas antes de queimar a aldeia de Pelchalice. Seiscentas almas. É a quinta chacina nesta temporada."


O rosto de Oswald ficou pálido. Mesmo para o temido "Rei Louco de Kryta", está notícia gelou seu sangue.

"Rumores afirmam que é sobre uma mulher. Notícias de Pelchalice mexeram com a população. Eles temem que você tenha perdido a cabeça..."

O Rei Louco levantou uma sobrancelha para Dribbin.

"O que eu quero dizer, senhor, é que a multidão teme que você abandonas-te a tua normalidade, de preferencia régia para pura carnificina animalesca."

"Onde está meu filho?"

"Ele está residindo em sua sala do trono, senhor."

"Pirralho insolente", Oswald suspirou. "Eu vou lidar com isso sozinho. E descobrir por que as árvores sanduíche falharam!"

Dribbin curvou-se.


Oswald abriu as portas da sala do trono majestoso, sua voz cresceu enquanto cruzava o grande salão dourado. "Você quer uma mulher para amar você, Eddie? Você toma seu pai como refém, não assassine uma aldeia. Você nunca prestou atenção às minhas aulas."

Príncipe Edrick Thorn caiu sentado no trono. Ele era um garoto magro, quase vinte anos, com uma cabeça de cabelo espetado e ambos os lábios e olhos manchados de piche. Como todos os meninos privilegiados de sua idade, ele tinha duas expressões faciais: careta ou deboche.

"Você sabe que eu odeio quando você me chama Eddie. É Edrick", disse ele dando uma franzida. "Ou ,o príncipe sangrento".

"Não desta vez. Isso é tão embaraçoso como quando chamou a si mesmo "Senhor da Dor." E você não é o rei, então saia do meu trono ".

"Se eu tomar o seu lugar um dia, deveria me acostumar com as armadilhas do poder". Disse Edrick assentado sobre o trono, sorrindo para o pai. "Além disso, você nunca sabe quando sera o seu último dia como um rei."

"Mas por que Pelchalice? Maneira perfeita de chamar uma multidão, que você fizeste. Nunca mate pessoas, a menos que isso faça parte da piada, meu caro."


"A piada é você, incluindo a regra. Eu pensei que você iria gostar."

O que é tão engraçado sobre meus súditos tentando invadir o castelo?"

"Porque eu os levei lá. Durante anos, você jogou com seus súditos, os fez alvo de suas piadas. Eu decidi que seria uma maneira perfeita de terminar o seu reinado e começar o meu. Eu usei a sua reputação para inflamar a derrubada".

Rei Oswald rosnou, agarrou o príncipe, e o puxou para fora do trono. Quando o rapaz caiu no chão polido, Oswald pulou sobre ele, apontando o dedo na cara pintada do menino.

"Eu esfolei, queimei, cozinhei, espetei, retruquei, sangrei, estripei, pisoteei, congelei e catapultei os meus súditos! Mas sempre fazia parte de uma brincadeira maravilhosa. Campo alagado? Pregue estacas nas pernas de todos! Pior nevasca em um século? Atire detritos flamejantes nas aldeias para mantê-los aquecidos. Eu me importo com os meus súditos. Você só quer sangue em sua lâmina. Você é uma grave falha como um Thorn."

"Você terminou?" Edrick sorriu. "Porque eu sei que a ralé do lado de fora não. Entregue seu reinado e eu vou expulsá-los, ou eu vou te matar onde você está e fazê-los pensar que eu pus um fim ao seu Rei Louco. De qualquer maneira, eu vou ter o trono ao amanhecer. Com o tempo, eles vão te esquecer."

Oswald se soltou de seu filho e afastou-se.

"Uma oferta interessante, meu rapaz. Um... Eu não tinha considerado que você tinha cérebro. Dê-me até de madrugada para tomar minha decisão."

"Não, pai. Sem truques."

"Um momento então. Na galeria subterrânea, eu tenho uma grande variedade de armamentos. Raras espadas longas de Ascalon que nunca se envergam, um conjunto completo feito a mão da armadura da Grande Dinastia de sol. Você deve pelo menos ver o que você vai herdar."

A boca de Edrick se encheu de água. "Mostre o caminho, Pai".


Quando entraram na galeria subterrânea, Edrick esperava cobiçar fileiras de armas exóticas e armaduras. Em vez disso, havia uma caixa de metal ornamentado que caberia um homem.

"Desapontado?", perguntou Oswald. "Agora você sabe como eu me sinto em relação a você."

"Você me enganou!"

"Você sempre foi fácil de enganar. Mas eu tenho algo para você. Acho que você já ouviu falar dessa caixa."

O rosto de Edrick esculpiu uma nova expressão: o medo. "A Concha de Insanidade."

"Foi assim que eu a nomeei? Oh, isso é terrível. Vou pensar em um outro nome mais tarde."


"O último homem que você trancou lá comeu o próprio rosto."

"Para ser justo, isso foi uma melhora." Oswald pegou seu filho e chutou forte contra os joelhos, dobrando-os. "Eu odeio explicar piadas, mas, neste caso, o farei. Se qualquer outra pessoa houvesse me ameaçado desta maneira, eu iria executá-la publicamente por traição. Mas não, isso iria lhe tronar famoso. Eu tenho algo muito pior para você em mente."

"Eu vou enlouquecer lá dentro!"

"Talvez isso ira fazer de você um bom Thorn finalmente. Oh, um pequeno banquete de despedida para você. "Oswald colocou a mão no bolso e enfiou um punhado de candy corn na boca de seu filho antes de empurrá-lo para o relicário e bater com a tampa fechada. Oswald gritou para Dribbin, que entrou na sala, com um livro antigo na mão.

Conforme Dribbin cantava, correntes serpenteavam ao longo e ao redor do relicário. Quando ele terminou, a caixa estava entrelaçada.

"Não a toque sem luvas, Sua Majestade", disse Dribbin. "A divisão irá drenar quem tocar a caixa. Agora, senhor, longe de mim a pergunta-"

"Mande-o para Istan," Oswald ordenou. "Minha falecida esposa Zola tinha uma ilha deserta lá. Deixe o sol fritar o que sobrou da mente do meu filho. Ah, e Dribbin, seus escribas devem ir aos arquivos e apagar qualquer menção ao meu filho."

"Senhor, tal esforço vai levar tempo, e eu não tenho certeza de que podemos fazer isso antes que os portões caiam. Os guardas e seus cortesões já fugiram. Estamos sós e indefesos."

Oswald se ergueu sobre o conselheiro. "O Rei Louco diz! Mesmo que o castelo caia, não haverá nada sobre esse fracasso que é o meu filho."


Ao amanhecer, Dribbin e seus escribas se reuniram com o rei Oswald na sala do trono.

"Os registros foram eliminados, Sua Majestade. É como se o seu filho nunca houvesse existido."

Oswald olhou para a multidão que entrava pelos portões. Era só uma questão de tempo.

Dribbin acrescentou: "Eu ouso dizer que os únicos que sabem o que aconteceu com ele estão vivos nesta sala."

O Rei Louco sorriu, tirou a espada, e olhou para a garganta de Dribbin.

"Engraçado você dizer isso."


Relicário de Edrick nunca chegou em Istan. Foi roubado mais de uma vez por uma sucessão de senhores da guerra, apostadores, sacerdotes e poetas que encontraram destinos terríveis. Seu conto atraiu estudiosos da Academia Nolani, que estudaram o relicário até uma guerra aniquilar a escola.

Em meio a escombros e anos, permaneceu dormente até que uma estudiosa empreendedora cavou seu caminho para a câmara e encontrou uma caixa embrulhado por correntes esperando por ela.

"Olá," Tassi disse enquanto se aproximava disto. "O que é isso?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário